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Logo na primeira página nos deparamos com o e-mail que Meg programou para ser enviado aos entes queridos após seu suicídio:

"Sinto informar que precisei dar fim a minha própria vida. Estou adiando essa decisão há muito tempo, e ela é minha e de mais ninguém. Sei que isso lhe causará sofrimento, e lamento que seja assim, mas saiba que eu precisava acabar com a minha dor. Não tem nada a ver com você, mas tudo a ver comigo. Não é culpa sua.

MEG"

Achei esse bilhete tão seco e sem coração...

Cody também não se mostra tão sentimental assim com o acontecido. Aliás, parece que ela está triste somente pelo fato de não ter sido comunicada da decisão da amiga.

"Estou adiando esta decisão há muito tempo, ela escreveu em sua mensagem. Há muito tempo? Quanto? Semanas? Meses? Anos? Eu conhecia Meg desde o jardim de infância. Éramos melhores amigas, quase irmãs. Por quanto tempo ela adiou a decisão sem me contar? E o mais importante: por que ela não me contou?"

Mas até ai tudo bem...

Fiquei curiosa para saber qual o motivo e as circunstancias que levaram Meg a cometer tal ato! E é ai que a coisa começa a esquentar!

Cody, que herdou o notebook da falecida, começa a juntar pequenos fragmentos da fase da vida da amiga em que ela não esteve presente. E cada descoberta faz com que ela se arrependa amargamente por ter estado ausente.

"Meg era minha melhor amiga, e eu achei que nós fôssemos tudo uma para a outra. Achei que contássemos tudo uma para a outra. Mas, no fim das contas, eu não a conhecia nenhum pouco. [...] Não sabia nada da vida dela aqui. Não sabia das aulas dela. Dos seus colegas de república. Não sabia que ela havia adotado dois gatinhos doentes e cuidado deles até ficarem bons, só para deixá-los sem lar depois. Não sabia que ela saia à noite em Seattle e tinha amigos por lá, e se apaixonava por caras que a magoavam. Supostamente eu era melhor amiga dela, e não sabia nada disso, porque ela não me contou. Ela não me contou que achava vida um sofrimento insuportável. Eu não fazia a menor ideia."

A cada item encontrado no computador de Meg, Cody ficava mais desconfiada dos motivos que levaram sua amiga a dar um fim em sua até então "maravilhosa vida de faculdade". Mas somente após a decodificação de um arquivo que já estava na lixeira é que tudo começa a fazer sentido!
Cody descobre coisas que jamais pensou que se passassem pela mente de Meg, e o pior: Parece que podem estar começando a passar pela sua também!

Esse foi o primeiro livro da autora que li. Já havia sido avisada por uma amiga que tem o mesmo gosto literário que o meu, para não ir com muita sede ao pote, pois poderia me decepcionar ao final da leitura... E infelizmente, aconteceu exatamente isso!

O tema é super interessante e com certeza atrai milhares de curiosos.
A autora soube desenvolver a história com grande dinamismo, nos mostrando em sua escrita toda a raiva e ressentimento de Cody, mas sem deixar de parar nos pontos certos para um detalhamento a mais da cena, contribuindo assim para uma leitura que te enrosca, te dá rasteiras e te levanta só pra derrubar novamente no próximo parágrafo!

Cody é bem realista e nem um pouco dramática. Uma personagem muito forte, meio sem sentimentos, mas cativante mesmo assim. Me identifiquei com ela, pois minha maneira de lidar com a dor é um tanto diferente das outras pessoas.

O final poderia ter sido melhor, pois como o livro inteiro foi de descobertas, esperava algo mais impactante... Do tipo que fizesse meu queixo soltar do rosto, sabe?!


#SQÑ
Talvez eu não estivesse num momento bom para aquele final... Ou talvez o final tenha sido fraco mesmo...

Alguém ai já leu? Tem uma opinião diferente da minha? Comenta aí! Vamos discutir nossa relação com a Gayle! hehe